Mudanças na CNH – A SOCIEDADE EM PERIGO
Na tentativa de se passar por líder popular, o presidente Jair Bolsonaro adotou um discurso populista, que é um termo que
se utiliza para definir alguém que diz aquilo que as pessoas querem ou
gostariam de ouvir, ainda que seja algo muito ruim para o conjunto da
sociedade.
É o caso da suposta facilitação para quem deseja “tirar” a sua carteira de motorista.
O impacto disso na vida real das pessoas, motoristas ou não, ainda está oculto.
Contrastando com a redução dos custos da habilitação como desativação
dos simuladores, redução das aulas práticas, o aumento do prazo de
validade do documento e a alteração na pontuação dos infratores, além do
uso opcional da cadeirinha de crianças e o fim do exame toxicológico,
está o fato de termos condutores de carros, motos, ônibus e de caminhões
despreparados para enfrentar situações de risco nas estradas e vias
urbanas.
Na mesma esteira, o Governador Eduardo Leite propõe
desregular o setor sob a ótica da livre concorrência, liberando os
valores cobrados das aulas praticas e teóricas, o que resultará na
“canibalização” do setor e abrindo margem para a atuação de grandes
grupos ou empresas de fora do estado.
Importante lembrar que o
modelo existente fez com que os CFCs do Estado tenham os profissionais
mais bem preparados para a formação de condutores, passando por
avaliação constante, treinamentos e cursos de atualização.
As mudanças propostas pelo Governo Federal para habilitação de motoristas resultará em desemprego e mais insegurança nas ruas.
Conforme levantamento feito pelo Sindicato da categoria no RS, o
SEAACOM/RS, as medidas anunciadas pelo Governo Bolsonaro e as
manifestações de Eduardo Leite, já provoca uma onda de demissões sem
precedentes nos Centros de Formação de Condutores (CFCs).
Desde o início do ano foram fechados 250 postos de trabalho neste setor, número que pode superar 1.500 até o fim, de 2019.
O presidente do SEAACOM André da Silva que é membro categoria, diz que o
anúncio feito pelo Governo, fez com que os empresários proprietários de
autoescola, adiassem por tempo indeterminado a assinatura da Convenção
Coletiva de Trabalho, que garante a reposição salarial com base na
inflação do período e a manutenção de todas as vantagens e benefícios
conquistados pela categoria nos últimos anos como auxílio alimentação, o
adicional por tempo de serviço (triênios), além do reembolso da taxa de
credenciamento.
Reunida nesta manhã, a diretoria do SEAACOM não descarta a possibilidade de paralisações temporárias dos serviços.
Em momentos de crise como este, a presença do sindicato representando e
organizando a categoria se faz cada vez mais necessário.
O SEAACOM
desafia os empresários a se unirem aos trabalhadores, propondo ações
conjuntas em todas as esferas governamentais e legislativas, garantindo
os empregos, além da realização de atividades que esclareçam a sociedade
dos riscos que corre, caso estas medidas sejam efetivadas.