REFORMA DA PREVIDÊNCIA NÃO VAI GERAR ECONOMIA
Sexta, 19 de Julho de 2019
Com a propaganda de salvadora da pátria, a reforma da
Previdência, aprovada em primeiro turno pelo plenário da Câmara Federal,
não vai gerar economia aos cofres públicos como justificam governo e
grande mídia. Vai, sim, ampliar as desigualdades sociais, retirando o
direito à aposentadoria de milhões de brasileiros.
A economia estimada é de R$ 1 trilhão em
10 anos. Mesmo valor gasto no pagamento de juros aos bancos. Repare. O
governo muda as regras da aposentadoria, dificultando o acesso e
reduzindo o benefício de milhões de pessoas para entregar ao dinheiro
aos banqueiros. Assim fica fácil.
É que os bancos deixam de emprestar o
dinheiro ao cidadão em forma de crédito para emprestar ao Banco Central e
serem remunerados sem qualquer risco. Em juros, nos últimos 10 anos, o
custo para o governo foi de cerca de R$ 1 trilhão, valor correspondente a
parte da dívida interna do Brasil (em torno de R$ 5 trilhões).
Ricos passam ilesos
Ao não
cobrar imposto sobre as grandes fortunas e não tributar lucros e
dividendos, os cofres públicos deixam de arrecadar mais de R$ 100
bilhões por ano. Mesma quantia que o governo quer tirar dos aposentados e
dos mais pobres no mesmo período. Com a tributação dos que ganham mais
de R$ 320 mil por mês, conseguiria mais de R$ 100 bilhões por ano no
imposto sobre as grandes fortunas e sobre a distribuição de lucros e
dividendos.
Um dos argumentos do governo Bolsonaro
para aprovar a reforma é que as aposentadorias geram perda de recursos e
que o dinheiro poderia ser destinado à saúde, por exemplo. Falácia,
pois mais de 40% do orçamento da União vai para o pagamento de juros e
amortização da dívida. Se somar o regime geral e o dos servidores
públicos, destina apenas cerca de 23% para a Previdência.
Com informações de bancariosbahia.org.br