O
movimento sindical deu um importante sinal de sua força e unidade nesta
terça-feira (26), ao reafirmar durante assembleia nacional em São Paulo que não
irá aceitar redução ou cortes de direitos e garantias trabalhistas por parte do
presidente em exercício Michel Temer. A mobilização é também uma resposta à
sinalização do ministro do trabalho interino com uma reforma trabalhista que
vai flexibilizar direitos e ampliar jornada de trabalho.
Com a
palavra de ordem Fora Temer!, cerca de 600 dirigentes sindicais de todo o país,
representando as seis principais centrais sindicais brasileiras, deixaram de
lado as divergências e lançaram um documento unitário com críticas à gestão
interina, contra a flexibilização da CLT, a reforma da previdência, o desmonte
das políticas de inclusão social e em defesa do emprego e das garantias dos
direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
A CTB foi
representada pelo presidente interino Nivaldo Santana, que destacou a
maturidade das centrais em superar divergências e se unir neste cenário de
crise e ameaças. “A classe trabalhadora está perplexa e assustada com a agenda
retrógrada que está sendo apresentada aos brasileiros. É uma piada de mau gosto
abrir este saco de maldades e dizer que isto é para o bem do país”, disse
Santana.
O
dirigente enumerou algumas “maldades”, entre elas o novo marco regulatório do
petróleo (que entrega o pré-sal às grandes petrolíferas estrangeiras), a
desvinculação de recursos da união, que reduz verbas das áreas sociais, a
retomada da política de privatizações e o ataque à agenda trabalhista, que
promove uma desregulamentação geral do trabalho e pode acabar com a CLT, o
conjunto de leis que há 73 anos garante direitos básicos e essenciais à classe
trabalhadora.
Santana
também menciona o projeto da terceirização, ainda em tramitação no Congresso,
que precariza ainda mais as condições de trabalho. "Desde a fundação, a
CTB defende um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho",
diz ele. "Consideramos que a retomada da unidade das centrais, que já
agendou para 16 de agosto o seu Dia Nacional de Luta, irá enfrentar e derrotar
esta agenda conservadora".
Entre as principais críticas e reivindicações do documento das centrais estão:
a urgência na redução da taxa de juros; a redução da jornada de trabalho para
40 horas semanais, sem diminuição de salários; a retomada do investimento
público e privado em infraestrutura produtiva, social e urbana, ampliando os
instrumentos para financiá-la; retomada e ampliação dos investimentos no setor
de energia, como petróleo, gás e fontes alternativas renováveis, em especial a
Petrobrás e o Pré-Sal.
A Fecosul também esteve presente na atividade das Centrais, representado pelo
diretor do Sindicato dos Empregados Agentes Autônomos Comércio do Estado RS -
SEAACOM, Gabriel Baumgarten, que deixou claro que os dirigentes sindicais
presentes não irão tolerar nenhuma retirada de direitos. "Os mais de 600
dirigentes de todos os Estados firmaram o compromisso, deixando claro que não
será tolerado qualquer tipo de ataque aos direitos dos trabalhadores propostos
pelo governo Temer",
Mobilização
geral
As
centrais sindicais definiram o dia 16 de agosto como o Dia Nacional de Luta,
data de mobilizações em todo o país "para enfrentar e derrotar a agenda
conservadora". Participaram da assembleia de hoje, lideranças da Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos
Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT),
Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central Sindical de
Trabalhadores (NCST).