Companheiros e Companheiras trabalhadores em Centro de Formação de Condutores (CFCs) do Estado 

Venho, através desse comunicado, informá-los de algumas situações que vocês não têm conhecimento sobre a negociação da convenção coletiva da categoria. Primeiro, como a maioria de vocês sabe, o nosso prazo máximo para iniciarmos uma possível paralisação era o dia 30 de janeiro. Contudo, conseguimos fechar essa convenção apenas no dia 29 de janeiro às 20h. O motivo do atraso foi, principalmente, o fato de a patronal ter nos apresentado uma convenção totalmente alterada, que apresentava retiradas ou inclusões de cláusulas. Para citar um exemplo, praticamente todas as cláusulas mencionavam demissão por justa causa e eu jamais assinaria uma convenção desta natureza. Assim, conseguimos retirar todas depois de muito estresse. 

Quanto ao reajuste dos meses de novembro, dezembro e janeiro fomos pressionados a aceitar os termos ou seríamos obrigados a iniciar nossa greve. Como não tínhamos certeza de que toda a categoria pararia, corríamos o risco de perder uma grande conquista, para não falar a maior que este país já teve em anos de inflação baixa. Além disso, não seríamos irresponsáveis em colocar a categoria sob risco de julgamento na Justiça do Trabalho, caso a negociação com a patronal não tivesse andamento, em que seria dado como reajuste salarial no máximo 2% a mais do que o INPC. Quase 80% da categoria está muito contente com nossa conquista, principalmente, os trabalhadores em CFCs do interior do Estado.  

Atualmente, existem mais de 10 sindicatos fundados ligados a CFCs em todas as regiões do Estado e sei da vontade que existe de alguns jovens fundarem mais um. Contudo, nenhuma dessas entidades foi até hoje reconhecida e, por mais que no futuro seja, será uma batalha ainda mais dura do que a que enfrentamos para lutar por melhores condições trabalhistas. Isto porque do outro lado há um sindicato patronal que apesar de ser forte também reconhece a força do SEAACOM-RS. Prova disso é que em 7 anos que estamos na direção desse sindicato, conseguimos dobrar o piso da categoria, retiramos a taxa de credenciamento e conquistamos a obrigatoriedade do auxílio-alimentação. Vale lembrar também, companheiros e companheiras, que as vitórias conquistadas até esta convenção não valerão para as convenções futuras negociadas por outro sindicato que venha a ser fundado ou reconhecido.

Sabemos, contudo, que ainda temos muito a fazer, mas temos a certeza de que estamos no caminho certo. Sabemos que tomamos a melhor decisão sem nenhum prejuízo e conseguimos avançar em nossas lutas.

Sei que muitos de vocês ainda têm dúvidas e afirmo para todos que estamos aqui para esclarecê-las.

Forte abraço, José Providel – presidente do SEAACOM-RS