O ato que reuniu representantes das categorias profissionais e setores da sociedade que participaram da greve geral desta sexta-feira (28/4) contou com mais de 20 mil pessoas no centro de Porto Alegre. Dirigentes estimaram que esse número pode ter sido ainda maior, beirando as 30 mil pessoas. ![](http://www.ctbrs.org.br/uploads/files/th/greve_1_1000x589.jpg)
Após mobilização, iniciada na madrugada, nas garagens de ônibus da Capital, trabalhadores dos setores público e privado, estudantes e profissionais liberais foram se concentrando na Esquina Democrática e no Largo Glênio Peres, que logo se tornaram praticamente um só espaço, reunindo várias manifestações ao mesmo tempo. Entre organizadores e participantes foi se formando um consenso: aquele era o maior ato público realizado em Porto Alegre desde que iniciaram as manifestações contra o golpe e, em seguida, contra as reformas propostas pelo governo Temer e seus aliados.
Servidores da área da segurança, municipários de Porto Alegre, trabalhadores do setor de transporte, servidores do Judiciário, professores das mais diferentes áreas, movimentos sociais e estudantis: foi difícil identificar a quantidade e diversidade de categorias e setores concentrados no espaço que se estendia do Largo até a Esquina Democrática. No ato, realizado ao lado do Mercado Público, dirigentes das centrais sindicais enfatizaram mais uma vez a importância da unidade construída entre as entidades para o êxito da greve geral e da continuidade da mobilização. Todos concordaram também que a luta contra as reformas de Temer será longa e exigirá a manutenção dessa unidade. Após a greve geral desta sexta, os próximos passos apontam fundamentalmente em uma direção: tentar barrar a votação da reforma Trabalhista no Senado e derrotar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.
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Após o ato no Largo Glênio Peres, milhares de manifestantes seguiram em caminhada pela avenida Júlio de Castilhos em direção ao túnel da Conceição e, depois, ao Largo Zumbi dos Palmares. Quando a ponta da marcha entrou na rua que dá acesso ao túnel, o final da mesma ainda estava perto do Mercado Público. A caminhada foi acompanhada por agentes motorizados da EPTC, duas viaturas da Brigada Militar e o já tradicional helicóptero da instituição que acompanhou as manifestações em vários momentos do dia.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto (PT), disse que a greve geral desta sexta-feira foi uma grande demonstração de unidade das centrais sindicais, dos movimentos sociais e populares, com um resultado extraordinário. “Foi um grande grito de alerta. Finalmente, os trabalhadores, independente de sua preferência partidária, se deram conta que o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer está tentando pagar o golpe para quem o patrocinou, a saber, a grande indústria, a finança, o capital internacional que financiou parlamentares para derrubar a Dilma. O pagamento dessa fatura está se dando agora às custas dos direitos do povo trabalhador”.
O presidente da CTB-RS e da Fecosul, Guiomar Vidor, também chamou atenção para o valor estratégico da unidade inédita construída. “As centrais sindicais e os movimentos sociais se unificaram pela defesa do nosso país e pelos direitos do nosso povo e da classe trabalhadora brasileira. Os governos Temer, Sartori e Marchezan representam um alinhamento dos infernos que vamos derrotar”, disse Vidor.
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Fonte: Sul 21
Fotos: Aline Vargas/CTB-RS